quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Leptospirose: Friburgo confirma 26 casos e outras 174 pessoas aguardam resultado

A prefeitura de Nova Friburgo confirmou, na manhã desta quinta-feira, que o número de casos de leptospirose aumentou para 26 na cidade da Região Serrana. Há outras 86 pessoas aguardando o resultado do exame que identifica a contaminação.

Na cidade de Teresópolis, há dois casos confirmados e outras 174 pessoas estão com suspeita da doença e também aguardam o resultado do teste laboratorial, conforme foi confirmado pela prefeitura. Ao todo, há 260 casos suspeitos de leptospirose nas duas cidades.

Entre os 174 que aguardam o resultado do exame em Teresópolis, apenas uma está internada e as demais se recuperam em casa, segundo informou a Secretaria de Saúde de Teresópolis.

Devido à possibilidade de epidemia na região, as equipes de agentes de saúde foram reforçadas e trabalham para controlar ratos e orientar população.

fonte: Redação SRZD | Ciência e Saúde


SAIBA MAIS:
A leptospirose é uma doença que ocorre no mundo inteiro - exceto nos pólos - mas possui maior incidência nos trópicos. Acomete pessoas de todas as idades e é mais comum nas populações com piores condições de saneamento básico.

Transmissão da leptospirose

A leptospirose é uma doença de animais mamíferos, principalmente roedores. Pode atingir cães e gatos domésticos, além de animais de criação como gado, cavalos, porcos, ovelhas etc...

O animal contaminado elimina a bactéria em sua urina, contaminando o solo e água. A Leptospira interrogans é capaz de sobreviver por muito tempo em ambientes úmidos, porém, morre rapidamente em ambientes secos.

Um mito urbano muito difundido é o da transmissão de leptospirose em latas de refrigerante e cerveja. Uma vez que estas estejam seca, a bactéria torna-se inviável. Porém, essa via é possível se as latas, após contato com a urina infectada permanecerem armazenadas em locais úmidos até o momento do consumo.

Entre os humanos, a principal fonte de transmissão são os ratos de esgoto. A infecção ocorre geralmente após o consumo de líquidos e alimentos e também por contato direto da pele - principalmente se houver feridas - com água contaminados pela urina destes roedores. Quanto mais prolongado for o contato com a pele, maior o risco de contágio.


Enchentes - fator de risco para leptospirose
Não há relatos de transmissão humano para humano.

Nas regiões mais pobres, a maioria das infecções ocorre através do contato com águas de chuvas e enchentes contaminadas por urina de ratos. A ineficácia ou inexistência de rede de esgoto e drenagem de águas pluviais, a coleta de lixo inadequada e as consequentes inundações são condições favoráveis às epidemias.

É possível pegar leptospirose ao nadar em rios e lagos de água doce. Na praia a contaminação é pouco provável devido ao alto teor de sal da água.

Sintomas da leptospirose

Como ocorre em várias outras doenças infecciosas, o quadro clínico da leptospirose varia muito de indivíduo para indivíduo. O paciente pode apresentar desde quase nenhum sintoma, até um quadro grave com risco de morte.

O período de incubação pode variar de 2 a 30 dias. A média é 10 dias de intervalo entre a contaminação e o início dos sintomas da leptospirose.

Mais de 75% dos pacientes apresentam febre alta com calafrios, dor de cabeça e dor muscular. 50% apresentam náuseas, vômitos e diarréia. Um achado típico da leptospirose é a hiperemia conjuntival (olhos acentuadamente avermelhados).

Outros sintomas possíveis incluem tosse, faringite, dor articular, dor abdominal, sinais de meningite, manchas pelo corpo e aumento dos linfonodos, baço e fígado.

Como os sintomas da leptospirose são semelhantes às de várias outras doenças febris, o dado mais importante para o seu diagnóstico é a exposição recente a situações de risco como enchentes ou contato com água de poços, fossas, bueiros e esgoto.

A maioria dos pacientes melhora em um semana. Algumas vezes a evolução da doença é bifásica, com alguma melhora por 2 ou 3 dias seguido de nova piora dos sintomas.

A maioria dos casos de leptospirose apresenta evolução benigna, porém, em cerca de 10% a evolução é mais grave, complicando com insuficiência renal aguda (leia: ENTENDA A INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA), hemorragias, insuficiência hepática e insuficiência respiratória.

Os pacientes que complicam costumam apresentar sinais de icterícia (pele amarelada) após o terceiro dia de doença (leia: ICTERÍCIA NO ADULTO E ICTERÍCIA NEONATAL)

O diagnóstico final é normalmente feito através da sorologia sanguínea.

Tratamento da leptospirose

A imensa maioria dos casos de leptospirose é auto-limitada e deve ser tratada apenas com sintomáticos e hidratação. Quando o diagnóstico é feito nos 4 primeiros dias, pode se lançar mão de antibióticos como penicilinas, tetraciclina (ou doxiciclina) e eritromicina.

Deve se evitar aspirina e antiinflamatórios pelo risco de hemorragias (leia: AÇÃO E EFEITOS COLATERAIS DOS ANTIINFLAMATÓRIOS e ASPIRINA | AAS | Indicações e efeitos colaterais).

Nos casos mais graves pode ser necessário internamento em UTIs (leia: ENTENDA O QUE ACONTECE COM OS PACIENTES NA UTI) e instituição de tratamentos mais agressivos como ventilação mecânica e hemodiálise (leia: O QUE É HEMODIÁLISE? COMO ELA FUNCIONA?).

A vacina não confere imunização permanente e só está indicada em pessoas com trabalhos de risco como limpadores de bueiros e fossas.

Fonte imagem: rbs

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